Rastreabilidade
De acordo com a definição do VIM ("Vocabulário Internacional de termos fundamentais e gerais de metrologia", INMETRO, CNI, SENAI, 2a. edição, 2000), é a "Propriedade do resultado de uma medição ou do valor de um padrão estar relacionado a referências estabelecidas, geralmente a padrões nacionais ou internacionais, através de uma cadeia contínua de comparações, todas tendo incertezas estabelecidas."
Desde o início de suas atividades no tempo do Império (1850) e a partir de 1913, através de Lei específica, a Divisão Serviço da Hora (DSHO) do Observatório Nacional (ON) é a instituição brasileira encarregada legalmente de gerar, conservar e disseminar a Hora Legal Brasileira.
Os padrões do Observatório Nacional são diariamente intercomparados com os padrões atômicos no interior de satélites do sistema GPS, simultaneamente às comparações realizadas pelo NIST (National Institute of Standards and Technology), de acordo com programação estipulada pelo BIPM. Pode-se utilizar também o sistema GLONASS para se realizar estas intercomparações
Os resultados destas medidas são enviados mensalmente para o BIPM, que as recebe não só do Observatório Nacional mas também dos laboratórios dos demais países ( cerca de 50) que participam desde sistema internacional para para cálculo da hora UTC.
No início de cada mês o BIPM publica o resultado dos cálculos realizados para o mês anterior, por intermédio da Circular T. Elas estão disponíveis no "FTP server of the Time Section" do BIPM, . Nestas circulares o BRASIL é representado pelo Observatório Nacional sob a designação de ONRJ (utilizada desde o começo de século passado).
Por intermédio destes resultados, cada laboratório participante fica conhecendo a diferença entre os seus padrões e a escala de tempo calculada pelo BIPM, o UTC, bem como a incerteza desta diferença. Desta maneira fica estabelecida a rastreabilidade de cada um dos laboratórios.